Quando as mãos têm vontade própria, então é deixa-las voar.
Elas são os olhos da minha alma, que durante vinte e dois anos riscou e rabiscou, por todo o lado, deitou fora as suas emoções, e nada ficou para mostrar.
Tudo começa com um traço, e outro que se lhe junta. Sucedem-se as linhas, os pontos, traços mais fortes, e os que ficam invisíveis. Nada é apagado, nada é corrigido. Tudo se transforma nas imagens que rodeiam a minha mente, e que, diariamente me fazem sonhar com mais e mais coisas para vos mostrar.
No branco do suporte encontro imagens que nos rodeiam, mas que os nossos olhos não vêem. São células e veias, carregadas de seiva das folhas verdejantes que comemos, e que matamos. São teias e casulos de bichos que odiamos. São ensaios para outras coisas que ainda não sei.
A silhueta de uma árvore despida pelo tempo, onde o tronco se ramifica infindavelmente em hastes cada vez mais finas e sinuosas, em direcção ao universo desconhecido, transformam-se em raízes de pernas para o ar, cada vez mais ramificadas e sensíveis, carregadas de vida, ou secas como a morte. Sendo tão idênticas e no entanto tão distintas, são formas que me fascinam.
As minhas mãos têm vontade própria, e eu não as consigo parar.
Não sou eu que mando…são elas que lêem a minha alma.

Beijos a todos.
6 comentários:
Lá estarei.
É pena que Viseu fique longe...
Espero que corra tudo bem nesta grande estreia!!! :D
Beijinhos
Que lindo!
Também espero que corra tudo bem!!
e vendes teus rabiscos...?
jocas maradas
Su - querida Su, sei que vender ainda não está ao meu alcanse, porque para vender arte é preciso ter "nome" primeiro, e esta é ainda a primeira exposição. Ninguem compra quadros de desconhecidos, porque se pensa que não vale a pena, no entanto tenho de começar por algum lado, quem sabe se um dia as minhas filhotas não ficarão ricas com a venda deles????heheheh
Beijos.
Eva - fico á espera de ver o teu comentário no livro de honra.
Carracinha - deixa lá eu depois mostro fotos.
Gris- - há-de correr.
Beijos a todas e obrigada
Eu que passo à frente do museu todos os dias, nunca entrei, e admito que é uma estupidez!
E teria gostado de certeza de ver os seus trabalhos! Vai haver mais alguma exposição para breve?
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