Mais uma inquilina residente....excluida!

Bem, por esta altura já devem estar a pensar que eu vivo no meio do campo rodeada de bicharada. Mas não é nada disso, nós é que estamos a invadir cada vez mais o território selvagem que nos rodeia, e depois queixamo-nos dos imprevistos.







Desta vez quem encontrei a tentar viver no meu pequeno quintal, foi uma cobra bebé, que não consegui identificar, nas minhas buscar na Net. Tinha apenas cerca de trinta cm, e toda enroladinha cabia na concha da mão.

Esta pequenota estava a descansar debaixo de umas pedras amontoadas a um canto, quando a descobri.

Fui buscar um frasco e apanhei-a. Mostrou-se bastante agressiva, mas era com medo, pois passadas algumas horas já não se lançava de encontra o vidro de cada vez que algo mexia á sua frente.

A vizinha do lado, que andava por perto, estava desconfiada, e eu acabei por lhe mostrar a "pikena".



_" Ai, uma vez matei uma aqui, assim grande (abriu os braços com uma amplitude de mais ou menos um metro e vinte), e era assim grossa (mostrou o pulso).
Depois veio a mãe, que também tinha uma história de á alguns anos atrás ter visto uma pequena, que lhe fugiu, e que dois anos depois viu a mesma já muito maior (abriu os braços), que era a tal que a filha matou e que ela tem muito medo, bla, bla, bla.... e dizem que se se queimar panos velhos, que elas se vão embora porque não gostam do cheiro, bla,bla, bla...

No dia a seguir havia cheiro a queimado no ar, mas não vi ninguem, hehehehe!!!!

Pois eu sei muito bem o que por norma se faz ás cobras que se encontram por aí, mas eu não tenho nada a ver com isso.
Desta vez não disse nada ás filhotas porque a mais velha também tem a mania de que tem medo das pequenas "esticadinhas", mas quando o maridão chegou mostrei-lho frasco e ele depois de ver bem o que lá estava...
"- Uma cobra! Coitada porque é que não a soltas?"

Bem, boa pergunta... Estas pequenotas alimentam-se de grilos, aranhas, gafanhotos, e mais uns quantos pequenos insectos que por aqui andam a destruir a minha horta, e depois de adultas a suas refeições baseiam-se nos roedores (os tais bichinhos peludos que toda a gente tem medo, nojo, repugnansia, etc,etc,etc...OS RATOS).
Á primeira vista até parece fantástico ela vir viver connosco, mas agora imaginem que me vinha visitar uma amiga e, entrando no quintal dizia...
-Tens uma hortaaaa???? que girooooo!!!! e até tens caminhos para passeareeeeee!!!!!
Nisto a Sacha atravessa-se no caminha da lady e ela quase que morre de susto.
-Tem calma é só uma lagartixa!.
Mais á frente a cobrinha está a apanhar sol pachorrentamente, quando a dita lady, dá de caras com ela..."- Uma cobraaaaaaaaa!!!.......e desmaia. E depois o que é que eu faço?? Pois.

Agora imaginem que a minha sogra vinha cá e ia visitar as couves e as alfaces.
Encontrava a pikena, e ia a correr com a seichola, horta fora até a despedaçar....Uhmmm!

Até agora tenho estado a brincar, mas a verdade é que se a soltasse mesmo aqui, ela acabava por ir passar o muro e dar de caras com a vizinhança, e claro está que tinha os minutos contados mais tarde ou mais sedo. Se a soltasse para o outro lado do muro, para onde ela veio (é mato), acabava por voltar.

Acabei por a levar para longe, e soltei-a no mato longe das pessoas e das casas.
Primeiro ficou a olhar, e a sentir o ar fresco que a rodeava. Tive de a puxar para fora do frasco pois não se resolvia a sair.








Quando percebeu que tinha uma oportunidade, foi tão rápida que nem tive tempo de fotografar o adeus, só lhe apanhei a cauda.
Lá vai ela como uma flecha rumo á liberdade, e a um nova oportunidade de vida.

Cresce e apanha muitos roedores, mas fica sempre longe destes humanos de duas pernas .

Não consigo compreender as pessoas que enchem o peito e se vangloriam, ao dizerem que mataram uma cobra que se lhes deparou no caminho, ou que lhe passaram com o carro por cima.
Que glória é que isso tem? certamente não as matam com as mãos, ou á dentada. Estes animais não têm mais defesa nenhuma a não ser fugir ou tentar morder (mas só se forem atacados) em defesa própria.
Eles são mais outros a tentar sobreviver neste mundo atulhado, e cada vez mais complicado. O que nós nos esquecemos tantas vezes é que eles são muito mais antigos do que nós neste planeta, e a sua experiência de vida ao longo dos milénios é tão grande que nós é que lhes devemos respeito.
Não sou fanática, mas respeito os bichos como eu.